segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Elevador (A vida por um fio)

Na vida temos muitas certezas e incertezas, sabemos que o sol irá nascer, mas não sabemos se o céu estará aberto ou encoberto (apesar dos avanços da metereologia), sabemos quando amamos alguém, mas não sabemos se essa pessoa nos ama, sabemos que as contas virão altas no final do mês, mas não sabemos se teremos dinheiro para pagá-las e, finalmente, sabemos que um dia iremos morrer, só não sabemos quando. Ontem eu quase descobri...
Estávamos no apartamento 41, havíamos terminado de fazer parte do nosso trabalho de TCC e saímos para almoçar. Entramos todos no elevador, exceto meu irmão que parou e disse:
- Está lotado, acho que vou pelas escadas, sonhei recentemente que o elevador tinha caído.
Alguem respondeu:
- Não se preocupa, pode entrar.
Meu irmão entrou no elevador que quase imediatamente começou a deslizar. Tentamos ainda abrir a porta, mas esta já estava quase desaparecendo parede acima. Parecia que estávamos encrencados.
Com a esperança de que o elevador ainda parasse no meio do caminho, pedi ao meu irmão que pegasse o interfone e ligasse na portaria. Mas o elevador não parava, pelo contrário, ganhava mais força e velocidade.
Durante o trajeto de 4 andares, eu estava calmo, sempre fico frio em situações que podem me levar à morte, mas mesmo assim muitas coisas me passaram pela cabeça. Pessoas que não veria mais, o TCC que não seria completado e todo o mundo que seria deixado para trás. Tanto ainda para se fazer...
A pancada no fundo do poço do elevador veio como um misto de agonia e alívio. Nunca na minha vida eu morri, então não sei se parecia com aquilo ou não. Quando "aterrizamos", lembro-me apenas de dizer "Estão todos bem?". Estava preocupado com todos, e aproveitara a pergunta para tranquilizar minhas dúvidas.
Sim, todos estavam bem. Em poucos minutos estávamos todos em um restaurante japonês na Liberdade, rindo muito de tudo isso.
Mas isso me fez pensar que tudo poderia ter acabado ali mesmo, no fundo daquele elevador. Tantas coisas ainda para fazer, lugares para conhecer, pessoas para amar, decepções, alegrias, rizadas, brigas, conquistas, derrotas...
Decidi então que a partir de agora irei me preocupar mais com algumas pessoas, e menos com outras. Preciso curtir mais a vida, dizer coisas que penso...
Hoje pela manhã o elevador já estava consertado, apagando qualquer vestigio de que alguma coisa aconteceu.
Na verdade, eu não sei o quão próximo da morte eu estive. Tudo que sei é que não foi dessa vez. Continuarei com a dúvida de qual será o momento derradeiro. Espero que essa dúvida ainda me persiga por muito, muito, muito tempo...

2 comentários:

Anônimo disse...

Luliiiissss

hahahaha... dramáaaaaatica essa sua narração do episódio, heim?? rs

Só faltou comentar sobre o porteiro falando "Não faz isso... Não faz isso" hehehe

Bjos querido... e até a próxima reunião macabra de TCC :P

Anônimo disse...

Ainda bem q vc tah vivo...


é um gatinho agora com 6 vidas!



hauahuaauhauauaauhauah